Desde a Pré-História o homem transforma matérias-primas (pedras, barro, peles, lã, trigo, etc.) em produtos úteis à sua sobrevivência. Trata-se de um antigo método de transformação a que denominou artesanato. Nesse sistema o artesão trabalhava por contra própria, possuía os instrumentos (meios de produção) necessários à confecção do produto, dominando todas as etapas da transformação, da matéria-prima até chegar ao produto final.
Tomando o sapateiro da Idade Média como exemplo, verificamos que era ele quem preparava o couro, que lhe pertencia, cortava-o com sua tesoura ou faca e costurava-o com linhas e agulhas próprias, até ter ponto o sapato (produto final), que ele venderia a algum interessado.
Já na Idade Moderna, buscando-se produzir crescentemente para o mercado, os trabalhadores urbanos foram muitas vezes reunidos num mesmo local de trabalho, cada um desempenhando uma atividade específica, utilizando principalmente as mãos para transformar a matéria-prima, fazendo surgir o que se denominou manufatura.
Esse sistema de produção caracterizou-se basicamente pela divisão do trabalho e aumento da produtividade. Dessa forma, numa fábrica manufatureira de tecidos do século XVII, por exemplo, um trabalhador fiava, outro cortava até que a peça de pano ficasse pronta.
Finalmente, como o desenvolvimento da economia capitalista, a produção de artigos para o mercado passou a ser feita em série com máquinas, dando origem às máquino-faturas industriais. Os trabalhadores passaram a participar do processo produtivo apenas com a força de trabalho que aplicavam na produção, já que os meios de produção (instalações, máquinas, capitais, etc.) pertenciam à elite industrial, à classe burguesa.
O uso de máquinas em grande escala foi implantado na Inglaterra a partir de 1750, aproximadamente. Teve profunda influência sobre a economia mundial, ocasionando significativas mudanças sociais, políticas e culturais para o homem contemporâneo. A esse processo de alteração estrutural da economia, que marcou o início da Idade Contemporânea, chamamos de Revolução Industrial.
A Inglaterra foi a pioneira na Revolução Industrial devido ao acúmulo de riquezas (ouro) das atividades comerciais na época mercantilista, ao controle capitalista das propriedades rurais (grandes fazendas), às reservas de carvão mineral (combustível) ao crescimento populacional e a posição geográfica estratégica para vender os produtos na Europa e nos E.U.A.
Na primeira fase da Revolução Industrial, a Inglaterra liderou o processo de industrialização e a indústria têxtil foi a que mais se desenvolveu. A grande oferta de matéria-prima (o algodão, cujo maior produtor era os Estados Unidos) e a abundância de mão de obra barateavam os custos da produção, gerando lucros elevados, os quais eram reaplicados no aperfeiçoamento tecnológico e produtivo. Assim, também o setor metalúrgico foi estimulado, bem como a pesquisa de novas fontes de energia.
Algumas invenções foram de fundamental importância para ativar o processo de mecanização industrial, entre as quais podemos destacar:
•Máquina de fiar: Hargreaves – 1767;
•Tear hidráulico: Arkwright – 1768;
•Máquina a vapor: Thomas Newcomen – 1769;
•Tear mecânico: Cartwright – 1785;
•Barco a vapor: Robert Fulton – 1805;
•Locomotiva a vapor: George Stephenson – 1815.
As consequências da Revolução Industrial foram a urbanização e crescimento das cidades, a divisão do trabalho, a criação das linhas de montagem, a produção em série, o desenvolvimento dos transportes e das comunicações, a exploração do trabalhador com jornadas diárias superiores a 14 horas, surgimento de ideologias que defendiam o trabalhador, a poluição do meio ambiente e a falta de lazer.
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