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quinta-feira, 9 de novembro de 2017

Expansão Europeia dos séculos XV e XVI



O comércio com o oriente
As cruzadas, que recolocaram o Ocidente em contato com o Oriente, criaram o gosto pelo consumo de exóticos produtos orientais. Os artigos mais consumidos eram joias, perfumes, veludos pintados, tecidos de seda e especiarias, como a noz moscada, canela, o cravo e a procuradíssima pimenta, que chegou a ser usada como moeda. A expansão do mercado europeu para esse tipo de mercadoria pôde ser rapidamente aproveitada pelos mercadores das cidades italianas, principalmente Gênova e Veneza. 

Os comerciantes de Gênova e Veneza recebiam os produtos orientais (das Índias) nos portos de Trípoli, Alexandria e principalmente em Constantinopla. 

Os mercadores de outros países queriam quebrar o monopólio de Gênova e Veneza e participar desse comércio tão lucrativo. Esse foi o principal fator que impulsionou as viagens marítimas. Mas havia muitos outros motivos que impulsionaram a expansão marítima no século XV como: 
•Conquista de Constantinopla: os turcos conquistaram Constantinopla em 1453, bloqueando o comércio de especiarias pelo Mar Mediterrâneo; 

•Necessidade de Novos Mercados: os europeus precisavam seu artesanato e manufaturas e precisavam de gêneros alimentícios e de matérias primas; 

•Falta de Metais Preciosos: era preciso descobrir novas jazidas de ouro e prata para cunhagem de moedas porque na Europa não havia mais esses metais preciosos; 

•Interesse dos Estados Nacionais: a aliança da burguesia com os reis ajudou em muito nesse processo; 

•Propagação da Fé Cristã: a difusão da fé religiosa justificava conquistar e converter povos da América, África e da Ásia; 

•Ambição Material: todos que se envolviam nas longas viagens marítimas queriam demais enriquecer com as descobertas que estavam por vir; 

•Progresso Tecnológico: a expansão marítima só foi possível graças ao desenvolvimento e o uso da bússola, do astrolábio, do quadrante, da caravela e do aperfeiçoamento dos mapas geográficos aliada à noção de que a Terra era redonda.


Pioneirismo Português
O pioneiro das grandes navegações marítimas foi Portugal, em 1419 com a chegada à ilha da Madeira. O país foi o primeiro a se unificar no continente e ter uma política mercantilista com a união da burguesia com a realeza. Além disso, os lusitanos já participavam do comércio do mediterrâneo como parceiros das cidades italianas e através da Escola de Sagres, grande complexo náutico, dominou novas técnica de navegação que possibilitaram percorrer grandes distâncias marítimas. Completam esses fatores a ausência de guerras internas e a privilegiada posição geográfica, sendo o país europeu mais próximo do grande Mar Tenebroso (Oceano Atlântico). 

Os portugueses descobriram o caminho pelo sul da África quando Bartolomeu Dias cruzou o Cabo da Boa Esperança em 1488. Em 1498, Vasco da Gama foi o primeiro europeu a chegar à Índia, voltando carregado de especiarias, dando um lucro enorme ao rei de Portugal. Em 1500, Pedro Álvares Cabral descobre o Brasil. 

Logo após a conquista da cidade de Granada em 1492, foi a vez dos espanhóis. Com a expulsão dos mouros. Os monarcas Fernando, de Aragão e principalmente Isabel, de Castela lançaram-se nas navegações patrocinando a viagem de Cristovão Colombo que queria provar que o mundo era redondo, atingindo às Índias viajando para oeste. 

Colombo, porém, acabou por descobrir um novo continente que acabaria se chamando América. Após a chegada dele no novo continente, os reis da Espanha apressaram-se para garantir seus direitos de posse sobre a nova terra. Para isso, pediram a intervenção do papa Alexandre VI também espanhol, uma autoridade respeitada entre os reinos cristãos. 

Após muitas discussões com os portugueses, foi assinado um acordo, o Tratado de Tordesilhas que traçava uma linha imaginária a 370 léguas das ilhas de Cabo Verde, cortando o mundo em duas partes. As terras a leste dessa linha pertenceriam a Portugal e as terras a oeste pertenceriam a Espanha. 

Os espanhóis empreenderiam ainda outras viagens. Vicente Pinzón chegou até a foz do rio Amazonas no início de 1500. Vasco Nunes de Balboa atinge o Oceano Pacífico, por terra em 1513. Em 1519 Fernão de Magalhães inicia a primeira viagem de circunavegação da Terra completada por Sebastião El Cano em 1521. 

Interessados também em descobrir novos caminhos para a Índia, franceses, ingleses e holandeses, lançaram-se às navegações marítimas concentrando-se no Atlântico Norte tentando encontrar uma passagem noroeste para a Ásia. 

Embora essa passagem não tenha sido encontrada, os navegadores passaram a explorar e a ocupar parte da América do Norte além de praticar a pirataria contra navios inimigos, principalmente espanhóis, onde conseguiram muitas riquezas e desestabilizar esses governos. 

Na Inglaterra, a pirataria foi oficializada. Os corsários, como foram chamados esses piratas, agiam em nome da monarquia e dividiam os lucros dos saques com o governo. O principal pirata inglês foi Francis Drake.

Diversos fatores contribuíram para o retardamento da participação Inglesa francesa e holandesa na expansão mercantil, dentre eles a Instabilidade política e econômica, a inexistência de uma monarquia centralizada, aliada aos interesses das burguesias nacionais e às resistências feudais.
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