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quinta-feira, 7 de setembro de 2017

Independência da América Latina

América Espanhola
As mudanças efetuadas pela Espanha em sua política colonial possibilitaram o aumento do lucro da elite criolla na América, no entanto, o desenvolvimento econômico ainda estava muito limitado por várias restrições ao comércio, pela proibição de instalação de manufaturas e pelos interesses da burguesia espanhola, que dominava as atividades dos principais portos coloniais. 

Os criollos enfrentavam ainda grande obstáculo à ascensão social, na medida em que as leis garantiam privilégios aos nascidos na Espanha (os chapetones). Os cargos políticos e administrativos, as patentes mais altas do exército e os principais cargos eclesiásticos eram vetados à elite colonial.

Soma-se à situação sócia econômica, a influência das ideias iluministas, difundidas na Europa no decorrer do século XVIII e que tiveram reflexos na América.

Mas as guerras Napoleônicas e a invasão da Espanha por tropas francesas foram determinantes para as rebeliões que levaram a independência das colônias espanholas.
Enfraquecida pela guerra na Europa, a metrópole viu a investida britânica e norte-americana pela expansão de seus mercados consumidores sobre as colônias.

Os dois dos maiores líderes criollos da independência foram Simon Bolívar e José de San Martin. Organizando exércitos pelas porções norte e sul da América, ambos destacaram-se na proclamação de independência de vários países latino-americanos. 

São características da independência da América Espanhola:
•a grande participação popular, porém sob a liderança dos criollos;
•o caráter militar, envolvendo anos de conflito com a Espanha;
•a fragmentação territorial, divisão em vários países;
•adoção do regime republicano - exceção feita ao México.

Após a independência, o projeto político de Simon Bolivar era construir uma América Latina unificada em uma única grande nação, uma confederação (Pan Americanismo). Mas esse plano fracassou. Interesses ingleses e norte americanos em controlar economicamente a região que não viam com bons olhos a união política, aliado aos interesses criollos de influenciar a política de suas próprias regiões, acabaram com esse sonho.

Clique aqui e veja o mapa animado da independência da América Espanhola

Brasil: Antecedentes
O plano das Cortes de Lisboa era reconquistar os antigos privilégios comerciais, resgatando o monopólio comercial sobre o Brasil, revogar a autonomia administrativa conquistada com a elevação do país a Reino Unido. As Cortes promulgaram uma série de decretos anulando os poderes regenciais de D. Pedro.

Quando ficou evidente que as Cortes tinham por objetivo recolonizar o Brasil, começou a se formar uma ampla aliança anticolonialista, integrada por diversas forças sociais que compunham a sociedade brasileira daquele período. Esse grupo, liderado pelas elites brasileiras decidiram manter a todo custo a liberdade de comércio do país e a autonomia administrativa. Para isso, organizaram-se em torno de D. Pedro dando-lhe todo o apoio para resistir as ordens que chegavam de Portugal.

Mas as lideranças desses grupos divergiam profundamente sobre os rumos do movimento de independência

O "dia do Fico"
Pressionado pelas Cortes de Lisboa para regressar à Portugal, D. Pedro recebeu, em janeiro de 1822, uma petição com 8 mil assinaturas solicitando a sua permanência. Sua decisão foi tomada com base numa frase célebre: "Como é para o bem do povo e felicidade geral da nação, estou pronto, diga ao povo que fico", que deu origem ao chamado "dia do Fico". A decisão expressou publicamente a adesão do regente à causa brasileira.

A partir de então, sucederam-se os atritos políticos com as Cortes de Lisboa. Ministros portugueses pediram demissão. Formou-se um novo ministério, e José Bonifácio de Andrada e Silva foi nomeado ministro do Reino e Negócios Estrangeiros.

Em maio de 1822, o príncipe regente aceitou o título de Defensor Perpétuo do Brasil, oferecido pelo Senado da Câmara do Rio de Janeiro. Em junho, decidiu convocar uma Assembleia Constituinte. Em agosto, resolveu considerar inimigas as tropas portuguesas que eventualmente desembarcassem no Brasil.

"Independência ou morte"
As Cortes de Lisboa elaboraram um decreto que anulava os poderes de D. Pedro. Este último acontecimento, teve como consequência a declaração formal de independência do Brasil, proclamada por D. Pedro em 7 de setembro de 1822, às margens do riacho Ipiranga, em São Paulo: "É tempo (...) independência ou morte (...). Estamos separados de Portugal".

Em dezembro de 1822, ele foi coroado imperador do Brasil, tornando-se D. Pedro I. Iniciavam-se o Império e o Primeiro Reinado.

Conclusão
A independência não marcou nenhuma ruptura com o processo de nossa história colonial. As bases socioeconômicas (trabalho escravo, monocultura e latifúndio), que representavam a manutenção dos privilégios aristocráticos, permaneceram inalteradas. O "sete de setembro" foi apenas a consolidação de uma ruptura política, que já começara 14 anos atrás, com a abertura dos portos.


 Cena da mini série "O quinto dos infernos" Rede Globo (2002) 
Com D. Pedro I proclamando a independência do Brasil.

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