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quinta-feira, 4 de setembro de 2014

Congresso de Viena e Unificações Italiana e Alemã




Síntese 

Congresso de Viena  •Tentativa de restabelecer o Antigo Regime
                                    •Criação da Santa Aliança

Governos franceses  •Luís XVIII
                                   •Carlos X
                                   •Revoltas Liberais de 1830
                                   •Luís Felipe de Orléans
                                   •Revoltas de 1848 (Primavera dos Povos)
                                   •Napoleão III
                                   •Comuna de Paris

Unificação Italiana   •Risorgimento
                                   •Conde Cavour
                                   •Giuseppe Garibaldi
                                   •Questão Romana

Unificação Alemã    •Zollverein
                                  •Otto Von Bismarck
                                  •Guilherme I (Kaiser) II Reich

Após a derrota de Napoleão Bonaparte, o Congresso de Viena (1815) tentou restabelecer nos países europeus o Antigo Regime e os privilégios da nobreza e da Igreja, restaurando ainda as fronteiras anteriores às conquistas napoleônicas e combatendo as ideias revolucionárias. 

Na França, os Bourbon retomaram o poder, e Luís XVIII (irmão do rei guilhotinado, Luís XVI) foi coroado rei, com poderes moderados por uma monarquia constitucional. Sucedeu‑o Carlos X, com pretensões absolutistas e apoiado pela nobreza monarquista. 

Em 1830, nas eleições para o Parlamento, Carlos X alterou as leis eleitorais, estabeleceu a censura e dissolveu o Parlamento. Esse golpe absolutista levou‑o ao exílio, após uma rebelião popular. 

Assume então o trono, Luís Felipe de Orléans com o apoio da alta burguesia, evitando que a Revolução Liberal iniciada pela baixa burguesia e por trabalhadores urbanos exigisse igualdade social. Seu reinado foi marcado pela extinção dos resquícios absolutistas e pela proximidade com a burguesia, sendo por isso chamado de “rei burguês”. 

As ideias liberais e nacionalistas influenciaram diversos movimentos na Europa. Além da França, ocorreram revoltas populares na Bélgica, que conquistou sua independência da Holanda, em Portugal, que aprovou uma Constituição Liberal (1834), na Polônia, na Espanha e nos Estados italianos e alemães. A Santa Aliança atuou com o objetivo de conter essas revoluções. 


A Primavera dos Povos 

Em 1848, uma nova onda revolucionária sacudiu a Europa, depois das revoluções liberais de 1830. Opondo‑se às monarquias absolutistas, seus participantes defendiam regimes mais democráticos e liberdade econômica. Alguns grupos mais radicais desejavam a igualdade política, com o sufrágio universal e a República, além da distribuição igualitária de terras e riquezas. 

Luís Filipe, na França, aliou‑se à alta burguesia, mais conservadora, diante das reivindicações democráticas populares. No entanto, quando em 1848 o povo tomou as ruas de Paris e enfrentou o exército, o rei foi forçado a abdicar, instaurando‑se a República. Porém, o governo republicano não trouxe as mudanças esperadas, e os operários de Paris iniciaram uma série de revoltas que foram reprimidas de forma brutal, resultando na morte de 1 500 rebeldes e na prisão e deportação de outros tantos.

No mesmo ano, as eleições presidenciais colocaram Luís Napoleão Bonaparte no poder. Em 1851, um golpe de estado tornou‑o imperador da França com o título de Napoleão III

Essas revoluções liberais e, em certos casos, nacionalistas ficaram conhecidas como Primavera dos Povos. Conduzidas pela burguesia liberal, algumas delas contaram com grande participação de trabalhadores, que lutavam pela igualdade social e política. Embora tenham provocado mudanças em alguns países, foram derrotadas em sua maioria:
•na Itália e na Alemanha, lutou‑se pela unificação política;
•na Dinamarca, pela instalação de um Parlamento e por uma monarquia constitucional;
•os húngaros e o Reino Lombardo insurgiram‑se contra o domínio austríaco;
•os romenos e os sérvios lutaram contra o domínio da Hungria;
•a Polônia levantou‑se contra a Rússia, a Prússia e a Áustria.

A burguesia, a partir de então, optou pela via reformista para alcançar seus objetivos, controlando os trabalhadores e as possíveis revoltas armadas. Dois grupos sociais passaram, desde então, a se opor, o que se estenderia ao longo dos séculos XIX e XX, a burguesia e o proletariado.


A unificação da Itália
Até a segunda metade do século XIX, a Itália e a Alemanha não existiam como Estados nacionais. A península Itálica era um mosaico de pequenos reinos e ducados, alguns sob controle de países estrangeiros, como a Áustria. No centro do território estavam os Estados Pontifícios, controlados pelo Papado. 

Em meados do século XIX, ganhou força um movimento nacionalista, o Risorgimento (Ressurgimento), dividido entre monarquistas e republicanos. 

Em 1859, o primeiro-ministro do Reino da Sardenha‑Piemonte, o monarquista conde Cavour, deu início a uma guerra contra a Áustria, que dominava diversas regiões da península. A Sardenha venceu o conflito com o apoio da França e anexou a Lombardia e a Romagna. Ao mesmo tempo no sul, o republicano Giuseppe Garibaldi (o herói de dois mundos), conquistou o Reino das Duas Sicílias e aliou-se a Cavour. 

Com a maior parte do atual território italiano, em 1861 Victor Emanuel II foi proclamado rei da Itália, mas, para que a unidade fosse completada era necessário conquistar Veneza e Roma. Veneza foi incorporada no ano de 1866 e Roma em 1870 onde passou a ser capital do país no ano seguinte.

O papa Pio IX, não aceitou a perda dos domínios territoriais da Igreja e rompeu relações com o governo italiano, considerou-se prisioneiro e fechou-se no Vaticano. Assim nasceu a Questão Romana que só foi resolvida em 1929 quando foi assinado o Tratado de Latrão, no governo de Benito Mussolini. Por esse acordo, foi criado o Estado do Vaticano dirigido pela Igreja Católica.


Unificação Alemã
Da mesma forma que na península Itálica antes da unificação, a Confederação Germânica era composta por 39 pequenos Estados, cuja liderança era disputada pelos dois reinos mais fortes, a Áustria e a Prússia

Em 1834, quase todos os estados, decidiram eliminar as barreiras alfandegárias da Confederação Germânica, por meio do Zollverein (liga aduaneira). Alheia a esse processo a Áustria foi excluída do acordo. 

Prestigiado com o cargo de primeiro-ministro da Prússia, o chanceler Otto Von Bismarck tomou a missão de promover o processo de unificação alemã. Em 1864, entrou em guerra contra a Dinamarca e assim conquistou territórios perdidos durante o Congresso de Viena.

No ano de 1866, Bismarck entrou em conflito com a Áustria e, durante a Guerra das Sete Semanas, conseguiu dar um importante passo para a unificação com a criação da Confederação Alemã do Norte. Com isso, a Prússia passou a deter maior influência política entre os estados germânicos, isolando a Áustria. Com a deflagração de uma guerra entre a França e a Prússia, o governo de Bismarck tinha em mãos a última manobra que consolidou o triunfo unificador.

Com a vitória na Guerra Franco-Prussiana, em 1870, a Prússia conseguiu unificar a Alemanha. O rei Guilherme I foi coroado como kaiser (imperador) da Alemanha e considerado o líder máximo do II Reich Alemão. Conquistando na mesma guerra as regiões da Alsácia e da Lorena, ricas produtoras de minério, o império alemão viveu a rápida ascensão de sua economia.


Comuna de Paris

Enquanto em Versalhes, nascia o II Reich alemão, há 17 km dali, a população de Paris, entretanto, recusou-se a depor as armas e, revoltou-se, estabelecendo um breve governo revolucionário, a Comuna de Paris. Por 71 dias, entre março e maio de 1871, os communards, ou comunardos (como eram chamados os membros da Comuna), governaram a capital francesa de uma forma totalmente distinta dos demais governos existentes à época, sendo considerada como a primeira experiência de governo proletário da história.

As principais obrigações da Comuna de Paris era defender a cidade, que estava cercada pelas tropas fieis a Adolphe Thiers, que assumiu o governo francês, após a queda de Napoleão III e administrá-la. 

Foi formado então o Conselho da Comuna, composto por 71 delegados eleitos através de sufrágio universal. Destes, 25 eram operários e 12 eram artesãos. Os delegados eram eleitos para cumprir tarefas específicas e seus mandatos poderiam ser revogados a qualquer momento. 

Os salários dos participantes da administração da Comuna não poderiam exceder o salário de um operário médio. A Guarda Nacional foi desarmada, sendo entregues as armas à população, inclusive às mulheres, para a defesa da Comuna. Criava-se assim uma forma de defesa popular da cidade não baseada em um exército profissional. 

Participaram do Conselho da Comuna delegados oriundos de várias tendências do movimento operário e do republicanismo radical como socialistas marxistas e anarquistas.

Entre as medidas adotadas pela Comuna de Paris estavam o ensino gratuito e obrigatório, a separação entre a Igreja e o Estado, controle dos preços dos alimentos, o direito de apropriação pelos operários das fábricas abandonadas, a igualdade civil entre homens e mulheres, a redução da jornada de trabalho, supressão do trabalho noturno, criação de pensões para viúvas e órfãos, entre outras medidas.

Essa postura era um perigo não apenas para as classes dominantes francesas, como também para as europeias. Frente a essa situação, os exércitos franceses e prussianos passaram a cercar e atacar Paris para abolir a Comuna. Em maio de 1871, os comunardos foram derrotados. Não são conhecidos ao certo os dados sobre a repressão à Comuna de Paris. Mas estima-se que houve cerca de 20 mil execuções, mais de 43 mil prisioneiros e 10 mil sentenciados.

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