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segunda-feira, 3 de fevereiro de 2014

Iluminismo


































Ao longo dos séculos XVI a XVIII, o desenvolvimento do comércio e das manufaturas, a exploração das colônias e as transformações no campo, favoreceram o crescimento dos grupos sociais burgueses na Europa.

Grandes mudanças econômicas e políticas costumam vir acompanhados de transformações no modo de pensar dos homens, principalmente os intelectuais.

No século XVIII, conhecido como Século das Luzes (da razão), um grupo de pensadores começou a se mobilizar contra a injustiça, a intolerância religiosa e a concentração de privilégios nas mãos dos ricos e poderosos. Eram os filósofos iluministas.

Esses pensadores iluministas, apoiados pela burguesia, foram os precursores de um movimento intelectual, político, econômico e social europeu que ficou conhecido como Iluminismo.

Os pensadores iluministas defendiam a não interferência do Estado na economia, a igualdade jurídica entre os homens, a liberdade religiosa, de expressão, de escolher seus próprios governantes, entre outros direitos. O objetivo desses filósofos era a busca da felicidade e a razão como grande instrumento de reflexão, capazes de melhorar e empreender instituições mais justas e funcionais.

Eles eram contra o absolutismo monárquico, porque protegia a nobreza e mantinha seus privilégios, o mercantilismo, porque a intervenção do Estado na vida econômica era considerada prejudicial ao individualismo burguês, à livre iniciativa e ao desenvolvimento espontâneo do capitalismo e o poder da igreja que se chocava com a autonomia intelectual defendida pelo individualismo e pelo racionalismo burguês. Assim, à burguesia não interessava apenas a religião. Ela desejava o avanço da ciência e das técnicas, que favoreciam os transportes, as comunicações, a medicina, etc.

Os principais filósofos iluministas foram: 
John Locke (1632 - 1704): Considerado por muitos, o pai do Iluminismo. Escreveu Ensaio sobre o Entendimento Humano. Condenou o absolutismo monárquico e preocupou-se em proteger a liberdade individual do cidadão;

Charles de Secondat, Barão de Montesquieu (1689 - 1755): Sua principal obra foi O Espírito das Leis­(1748). Neste livro, ele defendia a separação e ao mesmo tempo a igualdade entre os poderes executivo, legislativo e judiciário;

Françoise-Marie Arouet Voltaire (1694 - 1778): É um dos mais famosos pensadores do Iluminismo. Não era propriamente um democrata, mas defensor de uma monarquia que respeitasse as liberdades. Tornou-se marcante pela defesa de liberdade de pensamento através de sua célebre frase: “Posso não concordar com nenhuma das palavras que você diz, mas defenderei até a morte o direito de você dizê-las.”;

Jean Jacques Rousseau (1712 - 1778): Autor de grandes obras entre elas, O Contrato Social, na qual defende que um governante deveria conduzir um país segundo a vontade de seu povo, promovendo o bem comum. Somente este Estado democrático teria condições de oferecer a todos os cidadãos a igualdade jurídica;

Denis Diderot (1713 - 1784) e Jean Le Rond d’ Alembert (1717 - 1783): Foram os principais organizadores da Enciclopédia, uma coletânea de 33 volumes que pretendia resumir os principais conhecimentos da época nos campos artístico, científico e filosófico;

Adam Smith (1723 - 1790): Foi o principal representante do Liberalismo Econômico. Em sua obra Ensaio sobre a Riqueza das Nações, era contra o Mercantilismo e a intervenção do Estado na economia. Para ele, a economia deveria ser de livre mercado, dirigida pela lei da oferta e da procura de produtos. 



DESPOTISMO ESCLARECIDO

Essas ideias iluministas influenciaram alguns governantes, que logo passaram a praticar essas teorias, mas com um tom soberano, ou seja, procuravam governar com a razão e com os interesses do povo, mas com um toque de absolutismo real.

Essa união de princípios filosóficos e poder real deu origem ao Despotismo esclarecido. Seus principais adeptos foram:
Frederico II, da Prússia - discípulo de Voltaire- deu liberdade religiosa, investiu na educação para o ensino básico e na liberdade de expressão. Estimulou a economia, com medidas protecionistas, isto quer dizer, a Prússia permaneceu um estado feudal, com servos sujeitos aos seus senhores.

Catarina II, na Rússia, teve contato com os iluministas franceses, entre eles, Voltaire. Também deu liberdade religiosa ao povo e fez mudanças de hábitos na alta sociedade. Claro que os servos tiveram prejuízos, pois o poder dos senhores aumentou, com direito até mesmo sobre a vida dos servos.
José II, na Áustria, aboliu a servidão no país, concedeu igualdade entre todos, até em sua administração imperial deu liberdade de culto a todos.

O Marquês de Pombal, em Portugal, fez importantes reformas baseadas no iluminismo. Houve mais desenvolvimento no país. A agricultura foi estimulada. A nobreza foi perseguida para fortalecer o poder real e os jesuítas foram “incentivados” para não dizer, expulsos de Portugal.

O Ministro Anistro Aranda, na Espanha, fez diversas reformas no comércio, na indústria e na sua administração. Onde criou os intendentes, que fortaleceram o poder real de Carlos III.

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