É o nome que se deu à onda de protestos, revoltas e revoluções contra governos do mundo árabe que começou em 18 de dezembro de 2010 quando um jovem tunisiano chamado Mohamed Bouazizi ateou fogo ao próprio corpo em protesto contra as condições de vida em seu país. Seu ato desesperado que tirou a sua vida se espalharia por vários países do norte da África e Oriente Médio.
A raiz dos protestos é o agravamento da situação dos países, provocado pela crise econômica e pela falta de democracia. A população sofre com as elevadas taxas de desemprego e o alto custo dos alimentos e pede melhores condições de vida.
Protestos se espalharam pela Tunísia, levando o presidente Zine el-Abdine Ben Ali a fugir para a Arábia Saudita apenas dez dias depois. Ben Ali estava no poder desde novembro de 1987.
Inspirados no "sucesso" dos protestos na Tunísia, os egípcios foram às ruas. A saída do presidente Hosni Mubarak, que estava no poder havia 30 anos, demoraria um pouco mais. Enfraquecido, ele renunciou dezoito dias depois do início das manifestações populares, concentradas na praça Tahrir (ou praça da Libertação, em árabe), no Cairo, a capital do Egito. Mais tarde, Mubarak seria internado e, mesmo em uma cama hospitalar, seria levado a julgamento.
Tunísia e Egito realizaram eleições em 2011, vencidas por partidos islâmicos moderados. A Tunísia é apontada como o país com as melhores chances de adotar com sucesso um regime democrático. No Egito, os militares comandam o conturbado processo de transição, e a população pede a sua saída imediata do poder.
Nós vencemos em árabe
A Líbia demorou bem mais até derrubar o coronel Muamar Kadafi, o ditador que estava havia mais tempo no poder na região, 42 anos, desde 1969. O país se envolveu em uma violenta guerra civil, com rebeldes avançando lentamente sobre as cidades ainda dominadas pelo regime de Kadafi. Trípoli, a capital, caiu em agosto. Dois meses depois, o ditador foi capturado por rebeldes em um buraco de esgoto em Sirte, sua cidade natal. Torturado, foi morto com um tiro e teve seu corpo arrastado pelas ruas da cidade.
Outro ditador a cair foi Ali Abdullah Saleh, presidente do Iêmen. Meses depois de ficar gravemente ferido em um atentado contra a mesquita do palácio presidencial, na capital Sanaa. Ele resistiu às manifestações por vários meses, até transferir o poder a um governo provisório, depois de 35 anos no poder.
Mais protestos ainda foram avistados no Bahrein, onde uma etapa o campeonato mundial de Fórmula 1 foi cancelada por falta de segurança ao evento, em Omã, na Jordânia, na Argélia e no Marrocos.
Atualmente, o conflito de maior evidência e que já chega a preocupar a comunidade internacional é a Guerra Civil na Síria. Desde Janeiro de 2011, grandes protestos populares contra o governo do ditador Bashar Al-Assad, espalharam-se pelo país. Em março do mesmo ano, ele se transformou em guerra civil, que dura até hoje e já provocaram a morte de mais de 30 mil sírios e a fuga de 250 mil cidadãos para países vizinhos.
Nenhum comentário:
Postar um comentário