Revolução de 1930
Na eleição presidencial de 1930 venceu o paulista Júlio Prestes, candidato da situação representante das oligarquias paulista e mineira, que iria continuar a política do café com leite.
Os oposicionistas liderados pelo gaucho Getúlio Vargas, acusaram o vitorioso de fraudes, roubo e compra de votos na eleição e com o apoio de setores da classe média, trabalhadores, industriais e do movimento tenentista do exército, fizeram a revolução no dia 3 de outubro de 1930.
No Rio de Janeiro, capital da República, os militares depuseram o presidente Washington Luís poucos dias ante do fim de seu mandato, impedindo assim a posse de Júlio Prestes e entregaram o poder a Getúlio Vargas, o candidato derrotado na eleição.
Terminava a República Velha e iniciava-se a Era Vargas que duraria até 1945, dividido em três períodos:
•Governo Provisório: 1930 – 1934;
•Governo Constitucional: 1934 – 1937;
•Governo Ditatorial (Estado Novo): 1937 – 1945.
Governo Provisório
Ao chegar ao poder, Getúlio Vargas tomou algumas medidas como a suspensão da Constituição de 1891, o fechamento do Congresso Nacional, Assembleias Legislativas, das Câmaras Municipais, indicando interventores do movimento tenentista aos governos estaduais.
Objetivo do novo governo era eliminar a força dos grupos políticos tradicionais. Não eliminaram. Mas conseguiram reduzir o poder das velhas oligarquias.
A revolução Constitucionalista de 1932
Em 1932 estourou em São Paulo uma grande revolta contra o governo Vargas. Unidos, os paulistas exigiam a nomeação de um interventor civil e paulista para governar o estado, novas eleições e uma convocação de uma Assembleia Constituinte para elaborar uma nova constituição para o país.
No dia 9 de julho de 1932, explodiu a revolução que tomaria forma de guerra civil onde os paulistas reuniram armas e um exército de 30 mil homens.
Depois de três meses de lutas sangrentas e milhares de mortos e feridos, os paulistas foram derrotados pelas tropas federais, mas se consideraram vitoriosos, pois conseguiram todos os seus objetivos.
A Constituição de 1934
•O voto secreto – voto das mulheres;
•Direitos Trabalhistas – salário mínimo, jornada diária de 8 horas de trabalho, férias remuneradas entre outros;
•Nacionalismo Econômico.
O presidente eleito de forma indireta foi Getúlio com mandato até 1938, onde só então se faria eleições diretas para a escolha de um novo governo.
Nessa nova fase de governo, dois grupos políticos com ideias bastante distintas, ocuparam o cenário político brasileiro. Eram os integralistas e os aliancistas.
Integralismo

Defendia o combate ao comunismo, o nacionalismo extremado, a disciplina, a hierarquia dentro da sociedade e a entrega do poder total do Estado sem divisão de poderes, ao líder do único partido permitido, o Partido Integralista.
Seus membros eram submetidos à rígida disciplina militar, vestiam uniformes com camisas verdes, desfilavam pelas ruas como tropa militar, gritando a saudação indígena Anauê! Tinham em seu braço esquerdo o símbolo ∑ a letra sigma do alfabeto grego. Atacavam de forma violenta seus adversários de outras organizações políticas. Eram conhecidos popularmente como galinhas verdes.
Aliancismo

Em 1935, Luís Carlos Prestes foi eleito presidente de honra. O programa político da ANL tinha como objetivo a nacionalização das empresas estrangeiras, não pagamento da dívida externa, reforma agrária dividindo as terras dos latifundiários aos camponeses pobres entre outros.
A ANL cresceu em todo o país no início da década de 1930 assustando as elites dominantes e o governo que decidiu fechar a organização e prender seus líderes.
Diante da repressão, os comunistas da Aliança planejaram uma revolta militar contra o governo denominada Intentona Comunista em 1935, que fracassou e seus líderes foram todos presos. Entre eles estavam Luís Carlos Prestes e sua mulher, a alemã Olga Benário.
Mesmo grávida Olga foi entregue pelo governo brasileiro aos nazistas alemães que a procuravam há vários anos. Ela morreu em um campo de concentração em 1942.
O Estado Novo

Alegando a existência de um plano comunista para a tomada do poder (Plano Cohen) Getúlio fechou o Congresso Nacional e impôs ao país uma nova Constituição, que ficaria conhecida depois como "Polaca" por ter se inspirado na Constituição da Polônia, de tendência fascista.
O Golpe de Getúlio Vargas foi articulado junto aos militares e contou com o apoio de grande parcela da sociedade, pois desde o final de 1935 o governo havia reforçado sua propaganda anticomunista, amedrontando a classe média, na verdade preparando-a para apoiar a centralização política que desde então se desencadeava.
A partir de novembro de 1937 Vargas impôs a censura aos meios de comunicação, reprimiu a atividade política fechando os partidos, perseguiu e prendeu inimigos políticos, proibiu as bandeiras e constituições estaduais e municipais, suspendeu todos os direitos e garantias individuais.
No plano econômico, diversificou a produção agrícola incentivando o cultivo de algodão, cana de açúcar, óleos vegetais e frutas tropicais. Adotou medidas econômicas nacionalizantes e na industrialização, priorizou a fabricação de artigos nacionais para substituir as importações, preocupou-se com as indústrias de base, fundou empresas estatais como a Companhia Siderúrgica Nacional (CSN), a Companhia Vale do Rio Doce.
Paralelo a isso, foram criadas inúmeras leis trabalhistas que asseguravam ao operário, direitos básicos como salário mínimo, jornada diária de 8 horas reunidas em 1943 na Consolidação das Leis do Trabalho (CLT). Foi chamado por isso de “pai dos pobres”, fato que dava ao seu governo um estilo populista.
A valorização da imagem do líder é uma das características dos regimes fascistas, assim como dos governantes populistas.
O principal acontecimento na política externa foi a participação brasileira na 2º Guerra Mundial (1944 -1945), responsável pela grande contradição do governo Vargas, que dependia economicamente dos EUA e possuía uma política semelhante à alemã. A derrota do nazifascismo contribuiu decisivamente para o fim do Estado Novo.
Em 29 de outubro de 1945, tropas do exército cercaram o Palácio do Catete no Rio de Janeiro e obrigaram Vargas a renunciar. Ele foi afastado do poder sem nenhuma punição política, se retirando tranquilamente para sua fazenda em São Borja, no Rio Grande do Sul.
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