segunda-feira, 8 de março de 2021

Vídeo Aula: Imperialismo do século XIX



Atualmente, ao sair de casa para comprar qualquer produto no comércio, você se depara com uma infinidade de produtos, oriundos de todas as partes do mundo. Isso se chama livre comércio, iniciado no fim do século XX com a chamada globalização. 

Os países estão associados a outros, em blocos econômicos e fazem trocas comerciais com tarifas especiais, de acordo com contratos estabelecidos entre eles. O resultado disso aumentou a oferta de artigos entre os países e se compra e vende de tudo, com praticamente todos os países do mundo, mas nem sempre foi assim.

Na segunda metade do século XIX, a Inglaterra, França, Alemanha, Bélgica, Itália e os Estados Unidos, eram considerados grandes potências industriais. Eles tinham condições de vender muitos produtos fabricados em seus países para todo o mundo, porém, nessa época, cada país tinha sua própria área de influência para realizar esse comércio e não podia fazê-lo livremente sobre a área de outros países, o que limitava e impedia o crescimento de seus negócios. 

Com o objetivo de aumentar sua margem de lucro e também de conseguir um custo mais baixo de produção, como mão de obra e matérias-primas para suas indústrias e depois ter um grande mercado consumidor de seus produtos, estes países se dirigiram à África Ásia e Oceania, dominando e explorando estes povos, exercendo atitudes imperialistas, pois estavam interessados em formar grandes impérios econômicos. 

Não muito diferente do colonialismo dos séculos XV e XVI, que utilizou como desculpa a divulgação do cristianismo, o neocolonialismo do século XIX usou o argumento de levar o progresso da ciência e da tecnologia ao mundo. Os países escolhidos foram colonizados e seus povos desrespeitados.

Um exemplo deste desrespeito foi o ponto culminante da dominação neocolonialista, quando países europeus dividiram entre si os territórios africano e asiático, sem sequer levar em conta as diferenças éticas e culturais destes povos. 

Essa exploração afro-asiática refletia a nova ordem econômica iniciada com a Segunda Revolução Industrial onde, a burguesia que já possuía o poder econômico, conquistou também o poder político. A hegemonia burguesa e a rápida industrialização deu origem aos grandes conglomerados empresariais e ao capitalismo monopolista, que passou a buscar novos mercados. 

A partilha afro-asiática foi um processo desigual, tendo a França e principalmente a Inglaterra, detentora de um imenso Império Colonial, com territórios em todos os continentes, ao passo que Estados Unidos por problemas internos, Alemanha e Itália, que se unificaram tardiamente ficaram com um número menor de territórios. 

Mas essas conquistas não foram pacíficas. Muitos povos nativos não aceitaram prontamente a invasão de seus territórios e a degradação de suas culturas. Houve resistência, revoltas e guerras pelos continentes conquistados. As principais guerras contra a dominação imperialista foram: 

• As Guerras dos Bôeres (1880/1881 – 1899/1902): Foram dois confrontos armados na atual África do Sul que opuseram os colonos de origem holandesa e francesa, os chamados bôeres, ao exército britânico, que pretendia se apoderar das minas de diamante e ouro recentemente encontradas naquele território. Em consequência das guerras, os bôeres ficaram sob o domínio britânico, com a promessa de autogoverno; 

•Revolta dos Cipaios: Foi uma revolta popular armada ocorrida na Índia, entre 1857 e 1859, contra a dominação e exploração britânica na Índia; 


•Guerra do Ópio: Foi um conflito armado ocorrido entre a Grã-Bretanha e a China nos anos de 1839 a 1842 e 1856 a 1860. A Grã-Bretanha, que por sua vez estava passando pela segunda Revolução Industrial, precisava cada vez mais de matérias-primas a baixos preços e um grande mercado consumidor para realizar a venda de seus produtos; 

•Guerra dos Boxers (1899 – 1900): Também chamada de Movimento Yijetuan, foi um movimento popular antiocidental e anticristão na China. A sociedade secreta dos Punhos Harmoniosos e Justiceiros (Righteous and Harmonious Fists), que se opunha à expansão estrangeira, sustentava que com treino adequado, incluindo o ritual do boxe chinês (Suai Jiao), os seus membros poderiam vencer os ocidentais, que usavam armas de fogo. 

Ao longo dos últimos anos do século XIX, ocorreram tensões entre as nações imperialistas europeias por disputas das melhores colônias. Havia com concorrência entre elas a fim de mostrar ao mundo, quem tinha o maior império colonial. Essas rusgas foram o principal motivo para a eclosão da Grande Guerra, conhecida posteriormente como Primeira Guerra Mundial.

O imperialismo foi responsável pela completa desestruturação das culturas afro-asiáticas. As potências ao dividir os territórios artificialmente entre si, não consideraram as relações sociais que existiam entre os povos que já habitavam a região, vindo a compor as fronteiras dos atuais países. Povos que se odiavam, foram obrigados a viver juntos no mesmo país e o que vemos hoje são várias guerras civis, principalmente na África, onde verdadeiros banhos de sangue ocorrem, desde a independência dos países africanos, na segunda metade do século XX.

Entre esses tristes exemplos, nos deparamos com a eterna luta entre hutus e tutsis em Ruanda e Burundi, os conflitos entre cristãos e muçulmanos na Somália e Sudão.

Nenhum comentário:

Postar um comentário