segunda-feira, 10 de maio de 2021

Vídeo aula Civilização Romana




Localização e Origem
Roma, capital da Itália, conhecida como cidade eterna por sua história milenar, localiza-se na planície do Lácio, as margens do rio Tibre, próximo do mar Tirreno, no centro da Península Itálica, região sul da Europa. 

No século X a.C., viviam no centro dessa região diversos povos entre eles os italiotas (latinos, volscos, équos, úmbrios, sabinos, samnitas, etc.), os etruscos no norte e os gregos no sul (Magna Grécia). 

Por volta do século VII a.C., os etruscos impuseram seu domínio aos italiotas, e a aldeia romana acabou-se por tornar uma cidade. Ao adquirir características de cidade, Roma iniciou um processo de organização político-social que resultou na Monarquia. 

A história política de Roma é dividida nos seguintes períodos:
•Monarquia (753 a.C. – 509 a.C.) – Com sete reis;
•República (509 a.C. – 27 a.C.) – governo do senado;
•Império (27 a.C. – 476 d.C.) – com 77 imperadores.

A Monarquia Romana
Durante a monarquia, Roma era governada por um rei (chefe militar, religioso e juiz) e suas funções eram fiscalizadas pelo Senado (conselho de velhos cidadãos ricos) e pela Assembleia Curial (formada por soldados organizados em cúrias de dez tribos). 

São conhecidos sete reis romanos: Rômulo, Numa Pompílio, Túlio Hostílio, Anco Márcio, Tarquínio Prisco (o Antigo), Sérvio Túlio e Tarquínio (o Soberbo). Provavelmente deve ter existidos outros reis, porém não há comprovação histórica. Dos reis citados acima quatro eram italiotas e os três últimos eram etruscos. 

A sociedade era formada por patrícios (grandes proprietários de terras, os ricos) com todos os direitos políticos e sociais, os clientes (apadrinhados pelos patrícios de quem dependiam), plebeus (homens e mulheres livres, artesãos e camponeses) eram a maioria e os escravos (prisioneiros de guerra). 

Apesar dos progressos que Roma vinha alcançando com a Monarquia, no reinado de Tarquínio as famílias romanas poderosas (os patrícios) ficaram insatisfeitas com as medidas adotadas por esse rei etrusco em favor dos plebeus. 

Para controlar diretamente o poder em Roma, os patrícios, que formavam o Senado, rebelaram-se contra o rei, expulsando-o estabelecendo uma nova organização política: a República.


A República Romana
Com a instalação da República, os patrícios organizaram uma estrutura social e administrativa que lhes permitia exercer domínio sobre Roma e desfrutar os privilégios do poder. 

Os patrícios controlavam quase a totalidade dos altos cargos da República. Esses cargos eram exercidos por dois cônsules e outros importantes magistrados. Na chefia da República os cônsules eram auxiliados pelo Senado, composto por trezentos destacados cidadãos romanos. Havia, ainda, a Assembleia dos Cidadãos, manobrada pelos ricos patrícios. 

Embora os plebeus constituíssem a maioria da população, eles não tinham direito de participar das decisões políticas. Tinham deveres a cumprir: lutar no exército, pagar impostos etc. 

A segurança de Roma dependia de um exército forte e numeroso. Os plebeus eram indispensáveis na formação do exército, uma vez que constituíam a maior parte da população. 
Conscientes disso e cansados de tanta exploração, os plebeus recusaram-se a servir o exército, o que representou duro golpe na estrutura militar de Roma. Iniciaram uma longa luta política contra os patrícios, que perdurou por mais de um século. Lutaram para conquistar direitos, como o de participar de decisões políticas, exercer cargos da magistratura ou casar-se com patrícios. 

Para retornar ao serviço militar, os plebeus fizeram várias exigências aos patrícios e conquistaram direitos. Entre eles encontrava-se a criação de um comício da plebe, presidido por um tribuno da plebe. 

A pessoa do tribuno da plebe seria inviolável, pessoa protegida contra qualquer violência ou ação da justiça. Ela teria também poderes especiais para cancelar quaisquer decisões do governo que prejudicassem os interesses da plebe. 

Outras importantes conquistas obtidas pela plebe foram:
•Lei das Doze Tábuas (450 a.C.);
•Lei Canuleia (445 a.C.);
•Eleição dos magistrados plebeus (362 a.C.);
•Proibição da escravidão por dívidas (366 a.C.).

A luta política entre patrícios e plebeus não chegou a desestabilizar o poder republicano. Prova disso é que a República romana expandiu notavelmente seu território através de várias conquistas militares. 

As primeiras evidências da expansão militar consistiram no domínio completo da península itálica. Mais tarde, tiveram inicio as guerras contra Cartago (cidade no norte da África), conhecidas como Guerras Púnicas. Posteriormente veio a expansão pelo mundo antigo. 

As conquistas militares acabaram levando a Roma à riqueza dos países dominados. O estilo de vida romano, antes simples e modesto, tornou-se luxuoso e requintado, com a construção de grandes casas, utilização pelos patrícios de roupas finas, melhora e diversificação da alimentação, contato e a influência de outras culturas como a grega, por exemplo, a formação de grandes propriedades rurais controladas pelos patrícios e migração dos plebeus para as cidades em principal, Roma que passou a sofrer com problemas de miséria e revoltas urbanas. 
O crescente aumento do número de plebeus pobres e miseráveis tornou-se cada vez mais tensa a situação social e política em Roma, pois os ricos comerciantes e grandes proprietários rurais não queriam conceder nenhuma reforma social que permitisse a diminuição de seus privilégios. 

Com o agravamento da crise, tradicionais instituições foram questionadas, e um clima de desordem e agitação foi tomando conta da vida das cidades. Diversos chefes militares entraram, sucessivamente, em luta pelo poder, marcando o processo de transição para o império. Entre os principais acontecimentos desse processo destacam-se:

•Em 107 a.C., o general Caio Mário tornou-se cônsul. Reformou o exército, instituindo o pagamento de salário (soldo) para os soldados. 

•Em 82 a.C., o general Cornélio Sila, representando a nobreza, derrotou Caio Mário e instituiu um governo ditatorial. 

•Em 79 a.C., Sila foi forçado a deixar o poder devido a seu estilo antipopular de governo, pois a situação social estava incontrolável. 

•Em 60 a.C. estabeleceu-se o Primeiro Triunvirato, formado por Crasso, Julio César e Pompeu para governar Roma. Pouco tempo depois de assumir o poder, Crasso foi assassinado. Surgiu, então, séria rivalidade entre Pompeu e Julio César. César saiu vitorioso e tornou-se ditador supremo de Roma. Promoveu, durante o seu governo, diversas reformas sociais para controlar a situação. Em 44 a.C. foi assassinado por uma conspiração organizada por membros do Senado. 

•Em 43 a.C., estabeleceu-se o Segundo Triunvirato, composto por Marco Antonio, Otávio e Lépido. O poder foi dividido entre os três: Lépido ficou com os territórios africanos, mas depois foi forçado a retirar-se da política; Otávio ficou responsável pelos territórios ocidentais; e Marco Antonio assumiu o controle dos territórios do Oriente. Surgiu intensa rivalidade entre Otavio e Marco Antonio, que se apaixonara pela rainha Cleópatra, do Egito. Declarando ao Senado que Marco Antonio pretendia formar um império no Oriente, Otavio conseguiu o apoio dos romanos para derrotá-lo. Assim, tornou-se o grande senhor de Roma. 

Otávio após derrotar Marco Antônio e a rainha do Egito Cleópatra, concentrou em suas mãos tantos títulos e poderes doados pelo senado como imperator (chefe do exército) e augusto (divino) que se tornou imperador no ano 27 a.C.


O Império Romano - Alto Império (27 a.C. - 235 d.C.)
 Otávio Augusto tornou-se, na prática, rei absoluto de Roma. Mas não assumiu oficialmente o título de rei e permitiu que as instituições republicanas (Senado, Comício Centurial e Tribal etc.) continuasse existindo na aparência. 

Durante o longo governo de Otávio Augusto (27 a.C.-14 d.C.), uma série de reformas sociais administrativas foi realizada. Roma ganhou em prosperidade econômica. O imenso império passou a desfrutar um período de paz e segurança, conhecido como Pax Romana. 

Após a morte de Otavio Augusto, o trono romano foi ocupado por vários imperadores, que pode ser agrupados em quatro dinastias:
Dinastia dos Julios-Claudius (14-68): Tibério, Calígula, Claudio e Nero;
Dinastia dos Flávios (69-96): Vespasiano e Domiciano;
Dinastia dos Antoninos (96-192): Nerva, Trajano, Adriano, Marco Aurélio, Antinino Pio e Cômodo.
Dinastia dos Severos (193-235): Sétimo, Severo, Caracala, Macrino, Heliogábalo e Severo Alexandre.

Baixo Império (235-476)
Esse período corresponde à fase final do período imperial. Costuma ser subdividido em: 

Baixo Império pagão (235-305): período em que dominava as religiões não cristãs. Destacou-se o reinado de Diocleciano, que dividiu o governo do enorme império entre quatro imperadores (tetrarquia) para facilitar a administração. Esse sistema de governo, entretanto não se consolidou. 

Baixo Império Cristão (306-476): nesse período, destacou-se o reinado de Constantino, que através do Edito de Milão, concedeu liberdade religiosa aos cristãos. Consciente dos problemas de Roma, Constantino decidiu mudar a capital do império para a parte oriental. Para isso remodelou a antiga Bizâncio (cidade fundada pelos gregos) e fundou Constantinopla, que significava "cidade de Constantino”. 

A cidade de Roma foi umas das maiores do mundo antigo com mais de 1 milhão de habitantes. No império, o número de plebeus, ex-escravos e homens livres desempregados era muito grande. As revoltas sociais eram frequentes. Para acalmar um pouco essa população, os imperadores distribuíam regularmente trigo à população pobre e os alegravam com espetáculos de teatro, circo e lutas de gladiadores. 

Para sustentar um grande império que exigiam enormes gastos públicos administrativos e militares, foi necessário o aumento de impostos, desagradando às elites, a falta de escravos com o fim das conquistas militares, a violência e miséria das cidades romanas foram as principais causa da crise que levou ao fim do império romano no século V. 

O Baixo Império foi sendo corroído por uma longa crise social, econômica e política. Para piorar ainda mais a situação, os romanos tiveram de enfrentar a pressão dos povos bárbaros. 

Chegou um momento em que os romanos perceberam que os soldados encarregados de defender Roma vinham dos próprios povos contra os quais eles (romanos) combatiam. 

Com a morte de Teodósio, em 395, o grande império Romano foi dividido em: Império Romano do Ocidente, com sede em Roma; e Império Romano do Oriente, com sede em Constantinopla. 

A finalidade dessa divisão era fortalecer cada uma das partes do império para vencer a ameaça das invasões bárbaras. Entretanto, o Império Romano do Ocidente não teve organização interna para resistir aos sucessivos ataques dos povos bárbaros. 

Em 476, o último imperador de Roma, Rômulo Augusto, foi deposto por Odoacro, rei do hérulos, um dos povos bárbaros. 

Quanto ao Império Romano do Oriente, embora com transformações, sobreviveu até 1453, ano em que os turcos conquistaram Constantinopla. A cultura ocidental tem suas origens na Roma antiga. Várias línguas modernas como o português, espanhol, francês, romeno e italiano, falado por quase um bilhão de habitantes em todo o mundo surgiram do latim, língua falada pelos romanos, o direito romano inspirou as constituições atuais, o cristianismo uma das maiores religiões da atualidade foi religião oficial nos últimos anos do império romano, arquitetura de igrejas e aquedutos, teatro, escultura, literatura, o mecenato, forma de se administrar um grande império, etc.

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