Introdução
No início do século XIX, a população dos Estados Unidos era de aproximadamente 5 milhões de habitantes, ocupando a região da costa Atlântica (leste). Nessa época, o governo começou a incentivar a “conquista do oeste” isto é, a expansão territorial em direção ao Oceano Pacífico, com o objetivo de fazer dos Estados Unidos um “grande país”.
Graças a uma intensa imigração de europeus, em especial da Alemanha, da Irlanda e da Inglaterra, que procuravam melhores condições de vida face as dificuldades financeiras pelas quais passava, a população cresceu em 1810 para mais de 7 milhões de habitantes.
A necessidade de aumentar a produção agrícola e a área destinada a produção de rebanhos fizeram o governo americano lançar o “Destino Manifesto” que apresentava os norte-americanos com destinados por Deus a ocupar a área entre os Oceanos Atlântico e Pacífico.
Em 1820, a expansão norte-americana ganha um conteúdo politizado com a Doutrina Monroe, que inicialmente colocou-se como defensora das recém-independentes nações latino-americanas ao pronunciar "a América para os americanos", mas conforme os interesses territoriais dos Estados Unidos foram ampliando-se em direção ao Oeste e ao Sul, a Doutrina seria mais bem definida pela frase "a América para os norte-americanos".
A partir da segunda metade do século XIX a pecuária chegou a ocupar um quarto do território americano, em terras que se estendiam do Texas ao Canadá.
A descoberta de ouro na Califórnia, em 1848, estimulou uma corrida em busca de "riqueza fácil", incentivando o deslocamento populacional.
Além disso, a construção de ferrovias, iniciada em 1829, barateava o transporte. Em fins do século XIX a quantidade de quilômetros de linhas férreas nos Estados Unidos era maior que a soma de todos os países europeus. Em 1890, a ferrovia ligava a Costa do Atlântico ao Pacífico.
Mecanismos da Conquista
De acordo com o tratado de Versalhes (1783), os Estados Unidos se estendia da Costa do Atlântico até o Mississipi. Porém, ocorreram algumas mudanças em relação a este fato, pois os norte-americanos conseguiram conquistar terras do Oeste como o território da Louisiana que foi vendida por Napoleão Bonaparte para os norte-americanos por 15 milhões de dólares, a Flórida vendida pelos espanhóis por 5 milhões de dólares, o Alasca vendido pela Rússia por 7 milhões de dólares e o Oregon que foi cedido pelos ingleses aos norte-americanos.
O México dominava o Sudoeste Americano e para ocupar essas terras os norte-americanos tiveram que iniciar uma guerra. No ano de 1821, o governo mexicano permitiu a colonização dos norte-americanos em seu território em troca eles deveriam seguir a religião católica e jurar lealdade.
No entanto, começaram a acontecer muitos conflitos internos e ditaduras que dificultaram o estabelecimento de um Estado Nacional, e assim os Estados Unidos teve grandes oportunidades de expansão. Nessas condições, o território do Texas estava destinado a fazer parte dos EUA. Assim teve inicio a Guerra do México, que perdurou de 1845 a 1848, e foi nesse período que definitivamente foi proclamada a independência do Texas em relação ao México, e passou a compor os EUA.
O fim da guerra foi marcado pela assinatura do Tratado de Guadalupe-Hidalgo, consolidando o Rio Grande como região fronteiriça entre o México e o Texas. As regiões da Califórnia, Arizona, Novo México, Nevada, Utah e uma porção de Colorado foram cedidas aos norte-americanos por 15 milhões de dólares. Após 5 anos, a metade do território mexicanos estava sob o poder dos EUA.
Consequências
Os norte-americanos acreditavam que, além de serem os predestinados por Deus a ocuparem todo o território, deveriam cumprir a missão de civilizar outros povos. Nesse sentido, contribuíram decisivamente para o extermínio da cultura e da pessoa física do indígena.
As tribos do Sul, mais desenvolvidas, proporcionam uma resistência maior à ocupação do branco. No entanto, a única opção das tribos indígenas foi a ocupação de terras inférteis em direção ao Pacífico, até o seu extermínio.
De acordo com o "herói" americano, o general Armstrong Custer, considerado como o "grande matador de índios", "o único índio bom é um índio morto".
A conquista de um vasto território criou condições para o grande desenvolvimento da economia norte-americana. Em 1912 conclui-se o processo de formação da União, com a incorporação do Arizona como Estado.
Foi acentuado o crescimento da agricultura, indústria, comércio, mineração e pecuária. A população cresceu para cerca de 30 milhões até 1860. Formaram sociedades diferenciadas dentro do país.
Ao norte e leste, surgiu uma poderosa burguesia industrial e comercial, juntamente com um operariado fabril. Ao sul, predominavam os grandes aristocratas vinculados ao latifúndio, à monocultura, à exportação e à escravidão. Na região Centro - Oeste nasceu a sociedade a partir dos pioneiros, marcada pela base agrícola e pela pecuária.
No entanto, aumentou a rivalidade entre os interesses díspares de nortistas e sulistas, o que culminou mais tarde em uma guerra civil.
A Guerra Civil 1861 – 1865
A primeira metade do século XIX marca a primeira fase do processo de industrialização norte-americana que ocorreu mais fortemente na região norte, sobretudo na Nova Inglaterra, sobre uma base vinda do Período Colonial.
No início deste século, o norte, ou mais precisamente, o nordeste era o polo econômico vital da economia. Esse desenvolvimento foi favorecido por ocasião das Guerras Napoleônicas e pela Segunda Guerra de Independência (1812 – 1814), já que as importações diminuíram e o mercado interno passou a consumir as manufaturas locais.
Essa incipiente indústria, por volta de 1810, beneficiou-se também de grande disponibilidade de ferro, carvão e energia hidráulica da região norte.
O mesmo processo não atingiu a região sudeste, que permanecia com uma economia marcadamente colonial, cuja produção ainda se fazia no interior da grande propriedade monocultora, voltada para o mercado externo e baseada na exploração do trabalho escravo.
Enquanto no norte-nordeste formava-se uma sociedade tipicamente industrial, dominada por uma forte burguesia, no sul-sudeste, a sociedade permanecia como que inalterada desde o período colonial.
Nos Estados Unidos, na realidade, abrigavam-se duas nações distintas, o Norte-Nordeste e o Sul-Sudeste. Do antagonismo entre os interesses dessas duas regiões, eclodiu uma guerra civil, a Guerra de Secessão.
Causas
A grande causa do surgimento da Guerra de Secessão foi o protecionismo alfandegário. O Norte que passava por um processo industrial, reivindicava o aumento das tarifas de importação para garantir o seu desenvolvimento, pois encontrava dificuldades na disputa com os preços de produtos ingleses.
Já o Sul exportava para o Norte quase toda sua produção de algodão, dependendo economicamente dessa região, e importava manufaturados ingleses, defendendo a liberdade de comércio e não apoiando as propostas protecionistas dos industriais do Norte, para garantir que os industriais ingleses comprassem a sua produção.
Política
Com a independência dos EUA ficou a cargo de grandes proprietários rurais do Sul e da burguesia nortista o controle da vida política do país, por meio do Partido Democrata.
O ano de 1854 ficou marcado pelo surgimento do Partido Republicano no Norte. O conteúdo do programa desse partido propunha a luta pelo abolicionismo e a conservação da União, agradando muitos políticos democratas.
Durante as eleições presidenciais de 1860, o Partido Democrata se deparou com a dúvida entre dois candidatos: John Breckinridge e Stephen Douglas. O Partido da União Constitucional apostava no candidato John Bell. Já Partido Republicano estava totalmente decidido pela candidatura de Abraham Lincoln, que foi o grande vitorioso, e isso provocou a Guerra de Secessão.
A Eclosão da Guerra
Logo após a eleição de Lincoln, e não esperando a posse do presidente, a Carolina do Sul resolveu separar-se da União, arrastando consigo mais seis Estados. Formaram os Estados Confederados da América, sob a presidência de Jefferson Davis em 8 de fevereiro de 1861, com capital em Richmond, Virgínia.
As hostilidades começaram com o ataque da artilharia confederada, no dia 12 de abril de 1861, ao Forte Sumter, uma guarnição federal. Inicialmente as vitórias pertenceram aos sulistas. Mas, a correlação de forças foi tornando-se extremamente desigual à medida que se desenrolavam as batalhas.
O Norte contava com o apoio de 25 Estados, uma população de cerca de 22 milhões de habitantes, uma economia industrial diversificada e uma marinha de guerra. O Sul obteve o apoio de 11 Estados, uma população de 9 milhões de habitantes, dos quais 4 milhões eram escravos, uma economia de base agrária o que o fez dependente de recursos exteriores para o desenvolvimento da guerra.
Durante os confrontos, Lincoln, para fortalecer os Estados Nortistas, extinguiu a escravidão e promulgou o Homestead Act, (1862), garantindo o apoio dos granjeiros e pioneiros interessados nas terras a Oeste. Ex-escravos, colonos e operários se incorporaram ao Exército da União, o que começou a reverter a guerra em favor do Norte, que passou a impedir a chegada de produtos europeus ao Sul, através de um bloqueio naval.
Em 9 de abril de 1865, em Appomattox na Virgínia, o general Robert Lee, comandante das tropas sulistas, assina os termos de rendição. Gradualmente outros generais confederados o acompanharam até que, as últimas tropas sulistas se rendem em 28 de junho de 1865. Terminava a Guerra da Secessão.
Consequências da guerra
A vitória do Norte sobre o Sul decidiu definitivamente a questão da unidade nacional pelo fortalecimento da União. A sociedade urbana e industrial do norte prevaleceu sobre a federação arrasando a sociedade agrária e aristocrática do sul. A grande propriedade cedeu lugar às pequenas e médias.
O escravismo foi suprimido, mas não encaminhou para uma solução da "questão negra"; apesar do direito de voto concedido, os negros continuaram marginalizados. Intensificaram-se as atitudes racistas com o surgimento de sociedades como a Ku-Klux-Klan, nascida em 1867.
Os mortos somaram 970 mil, dos quais 618 mil soldados. Os prejuízos chegaram a 80 bilhões de dólares. Em 14 de abril de 1865, Lincoln foi assassinado por John Wilkes Booth, um fanático do Sul. Os Estados Unidos começavam a despontar como potência dentro da América.
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