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terça-feira, 22 de outubro de 2013

Guerra Civil na Síria



























O que era para ser mais um episódio glorioso da Primavera Árabe, onde em alguns países a população se levantou contra um governo tirano, na verdade se tornou um longo conflito armado onde já pereceram mais de 100 mil pessoas.

A maioria da população síria corresponde aos sunitas, divisão do islamismo que abrange cerca de 90% dos islâmicos do mundo. Desde março de 2011, a oposição síria, sunita, tenta derrubar do poder o presidente Bashar al-Assad que pertence à seita islâmica alauita, uma vertente dos xiitas

Os alauitas podem ser considerados como a elite econômica e política da Síria, possuindo também uma posição privilegiada nas forças armadas. O governo sírio é apoiado pelo Irã, país de maioria xiita e que é declaradamente opositor à dominação geopolítica do ocidente na região. Recebe também grande influência do grupo xiita Hezbolah, milícia islâmica que luta pela criação de um Estado palestino e que recentemente assumiu o poder no vizinho Líbano.

Por sua vez, os rebeldes são apoiados por países árabes de maioria sunita como o Catar, a Arábia Saudita e principalmente a Turquia, a maior interessada no fim do conflito, por fazer fronteira com a Síria e também por ser o destino da maioria dos refugiados, já contabilizados em dois milhões de pessoas.

Bashar al-Assad chegou à presidência no ano de 2000 após o falecimento de seu pai, Hafez al-Assad, prometendo uma série de reformas que nunca foram realizadas. O partido Ba’ath governa a Síria desde 1963 e pouco tempo depois que chegou ao poder impôs censura à imprensa e decretou um Estado de Emergência, que é quando o governo pode tomar medidas que contrariam os direitos civis em nome dos ideais do Estado, efetuando prisões, impondo toques de recolher, entre outras medidas.

Ao final do mês de abril de 2011, o governo encerrou o Estado de Emergência que vigorou no país por 38 anos, afirmando que as manifestações políticas pacíficas seriam permitidas no país. O salário mínimo foi aumentado bem como os do funcionalismo público. Mesmo assim, os protestos continuaram e os confrontos entre os manifestantes e as forças de segurança se intensificaram e as tropas governistas passaram a abrir fogo contra os manifestantes, dando início a uma banho de sangue .
As cidades de Aleppo (a mais populosa e importante) e a capital Damasco concentram a maior parte dos confrontos. Os principais alvos dos rebeldes são os símbolos do poder do governo, como delegacias e tribunais.

Os Estados Unidos parecem não querer interferir diretamente na questão Síria por entenderem o momento inoportuno para encarar o Irã, que pode se sentir ameaçado ao ver o ocidente interferindo nas políticas internas do seu aliado. Além disso, a característica apresentada pelo governo norte-americano de Barack Obama é evitar “novos Iraques”, isto é, guerras dispendiosas do ponto de vista financeiro e humano. 

No entanto, em 21 de agosto de 2013, os americanos mudaram de ideia e chegaram a planejar uma invasão no país após o bombardeio de Ghouta, subúrbio de Damasco, com gás Sarin, provocando a morte de mais de 1400 civis, muitos deles crianças, atribuído, segundo os rebeldes, às forças leais à Assad, o que foi negado pelo governo, que rebateu acusando os infringentes. Tal fato viola uma resolução da ONU, que proíbe sua utilização. Graças à intervenção e mediação da Rússia, que propôs um plano para apreender todos os estoques do gás do governo sírio, nada aconteceu.

ONU está disposta a tomar medidas mais drásticas contra Bashar al-Assad, que são veementemente refutadas por China e Rússia, países que possuem em seus territórios conflitos separatistas e etnias que buscam autonomia. Várias sanções políticas e econômicas já foram impostas, como o congelamento dos bens do Estado sírio e a suspensão da comercialização do petróleo, principal produto exportado pelo país. A saída de al-Assad, aparentemente é algo inevitável, embora ele a refute, mas até ela se concretizar, milhares de mortes ainda ocorrerão nesse país do Oriente Médio, região onde se concentram outros tantos conflitos na atualidade.

domingo, 20 de outubro de 2013

Protestos no Brasil em 2013




















Os protestos no Brasil em 2013 foram várias manifestações populares por todo o país que inicialmente surgiram para contestar os aumentos das tarifas de transporte público das principais capitais estaduais. Foram as maiores mobilizações já ocorridas desde as manifestações pelo impeachment do presidente Collor em 1992 e tiveram a aprovação de pelo menos 84% da população. 

As manifestações de junho tiveram duas fases demarcadas por características distintas, mas ambas organizadas online, através da rede social Facebook, mas principalmente via Twitter, principalmente pelo Movimento Passe Livre (MPL) e focada em solucionar o aumento dos preços das taxas de transportes anunciadas. 

Na primeira fase vemos um não apoio da mídia, pouca participação da população e muitos conflitos violentos entre os manifestantes e a polícia, e um foco quase exclusivo na questão do valor do transporte. 

Em São Paulo, houve uma represália policial excessiva, que causou muitos feridos, incluindo vários jornalistas, que gradualmente mudaram o discurso, e começaram a atacar a postura policial. Neste protesto, houve mais de 300 pessoas detidas, mais de 100 delas "detidas para averiguação", prática comum em ditaduras, já que não há flagrante, e muitas delas por portarem vinagre, substância legalmente permitida no Brasil. Devido à violência, comportamento da mídia, e outros fatores, depois desse dia houve um crescimento exponencial do número de participantes nas manifestações. 

A segunda fase dos protestos é marcada por manifestações majoritariamente pacíficas, com grande cobertura midiática e massiva participação popular, muito diferente da fase anterior. E há também novas exigências sendo colocadas em pauta e o atendimento de vários governantes quanto à redução dos valores das tarifas para utilização do transporte público. 

Marcado para o dia 17 de junho, uma segunda-feira, cerca de 300 mil brasileiros saíram às ruas para protestar em 12 cidades espalhadas pelo Brasil. Diferente da primeira fase, as manifestações foram no geral pacificas, com pequenos focos de vandalismo e represálias. Houve manifestações diariamente em várias cidades do Brasil entre os dias 17 e 21 de junho. 

Entretanto, a questão do transporte começa a sair de pauta, por ser atendida em várias cidades. E se começa uma nova etapa. Várias cidades conseguiram a reversão do aumento nos valores do transporte público. Em São Paulo e no Rio de Janeiro o anúncio foi feito no dia 19 de junho, mas com tom ameaçador, onde os governantes dizem que isto afetará outras áreas, como saúde e educação. 

Por volta do dia 20 de junho, as manifestações tomam outro caráter, e começam a ter temas menos focados na questão do transporte e surgem pautas como as PEC 37 (poder de investigação criminal seria exclusivo das polícias federal e civis, retirando esta atribuição do Ministério Público), PEC 33 (permitiria o Congresso Nacional contestar e não aceitar decisões do STF), fim da corrupção, os gastos com a Copa das Confederações e do Mundo da FIFA e mais investimentos em educação e saúde. Nesse dia, houve um pico de mais de 1,4 milhão de pessoas nas ruas com mais de 120 cidades pelo Brasil, mesmo depois das reduções dos valores das passagens anunciadas em várias cidades. 

Em resposta, o governo brasileiro anunciou várias medidas para tentar atender às reivindicações dos manifestantes e o Congresso Nacional votou uma série de concessões, como ter tornado a corrupção como um crime hediondo, arquivado a chamada PEC 37 e proibido o voto secreto em votações para cassar o mandato de legisladores acusados de irregularidades. Houve também a revogação dos então recentes aumentos das tarifas nos transportes em várias cidades do país, com a volta aos preços anteriores ao movimento. 



Black Bloc

Black bloc (do inglês black, negro e bloc, agrupamento de pessoas para uma ação conjunta ou propósito comum) é o nome dado a uma tática de ação direta de característica anarquista, caracterizada pela ação de grupos mascarados e vestidos de preto que se reúnem para protestar em manifestações de rua, para desafiar o poder dos governantes. 

Esses grupos não tem liderança geral tendo características não hierárquicas de comando descentralizado. Unidos, adquirem força suficiente para confrontar a polícia, bem como atacar e destruir propriedades públicas e privadas.

As roupas e máscaras pretas, que dão nome à tática, visam garantir o anonimato dos indivíduos participantes, caracterizando-os, em conjunto, como um único e imenso bloco.

O Black Blocs diferencia-se de outros grupos anticapitalistas e antiglobalização por frequentemente realizarem ataques à propriedade privada, como forma de chamar a atenção para sua oposição ao que consideram símbolos do capitalismo, às corporações multinacionais e aos governos que as apoiam. 

O objetivo pode variar em cada caso, mas, em termos gerais, trata-se de expressar solidariedade diante da ação repressiva do Estado e de veicular uma crítica, segundo a perspectiva anarquista, acerca do objeto do protesto no momento.

"Não somos violentos, jamais atacamos pessoas", protestam os "veteranos" do bloco. "Não é violência destruir os símbolos do capitalismo selvagem, da exploração, da globalização" como lojas, caixa eletrônicos, carros de luxo. 

Nunca andam armados. Objetos simples, muitas vezes encontrados pelo caminho, são transformados em armas improvisadas (pedras, extintores de incêndio, placas de trânsito, vergalhões de aço encontrados em canteiros de obras). O importante é ser imprevisível, incontrolável e visível apenas no breve momento da ação, graças à inconfundível máscara e às roupas pretas.

quinta-feira, 10 de outubro de 2013

Idade Moderna II













Artesanato, manufatura e maquinofatura

 O artesanato, primeira forma de produção industrial, surgiu em fins da Idade Média com o renascimento comercial e urbano e definia-se pela produção independente. O produtor possuía os meios de produção, instalações, ferramentas e matéria-prima. Em casa, sozinho ou com a família, o artesão realizava todas as etapas da produção.

Tomando o sapateiro da Idade Média como exemplo, verificamos que era ele quem preparava o couro, que lhe pertencia, cortava-o com sua tesoura ou faca e costurava-o com linhas e agulhas próprias, até ter ponto o sapato (produto final), que ele venderia a algum interessado. 

Já na Idade Moderna, buscando-se produzir crescentemente para o mercado, os trabalhadores urbanos foram muitas vezes reunidos num mesmo local de trabalho, cada um desempenhando uma atividade específica, utilizando principalmente as mãos para transformar a matéria-prima, fazendo surgir o que se denominou manufatura

Esse sistema de produção caracterizou-se basicamente pela divisão do trabalho e aumento da produtividade. Dessa forma, numa fábrica manufatureira de tecidos do século XVII, por exemplo, um trabalhador fiava, outro cortava até que a peça de pano ficasse pronta. 

Finalmente, como o desenvolvimento da economia capitalista, a produção de artigos para o mercado passou a ser feita em série com máquinas, dando origem às maquinofaturas industriais. Os trabalhadores passaram a participar do processo produtivo apenas com a força de trabalho que aplicavam na produção, já que os meios de produção (instalações, máquinas, capitais, etc.) pertenciam à elite industrial, à classe burguesa. 

O uso de máquinas em grande escala foi implantado na Inglaterra a partir de 1750, aproximadamente. Teve profunda influência sobre a economia mundial, ocasionando significativas mudanças sociais, políticas e culturais para o homem contemporâneo. A esse processo de alteração estrutural da economia, que marcou o início da Idade Contemporânea, chamamos de Revolução Industrial.

A Inglaterra foi a pioneira na Revolução Industrial devido ao acúmulo de riquezas (ouro) das atividades comerciais na época mercantilista, ao controle capitalista das propriedades rurais (cercamentos), às reservas de carvão mineral (combustível) ao crescimento populacional e a posição geográfica estratégica para vender os produtos na Europa e nos E.U.A. 

Na primeira fase da Revolução Industrial, a Inglaterra liderou o processo de industrialização e a indústria têxtil foi a que mais se desenvolveu. A grande oferta de matéria-prima (o algodão, cujo maior produtor era os Estados Unidos) e a abundância de mão de obra barateavam os custos da produção, gerando lucros elevados, os quais eram reaplicados no aperfeiçoamento tecnológico e produtivo. Assim, também o setor metalúrgico foi estimulado, bem como a pesquisa de novas fontes de energia. 

Algumas invenções foram de fundamental importância para ativar o processo de mecanização industrial, entre as quais podemos destacar: 

•Máquina de fiar: James Hargreaves – 1767; 
•Tear hidráulico: Richard Arkwright – 1768; 
•Máquina a vapor: Thomas Newcomen (1698) aperfeiçoada por James Watt – 1769; 
•Tear mecânico: Edmond Cartwright – 1785; 
•Barco a vapor: Robert Fulton – 1805; 
•Locomotiva a vapor: George Stephenson – 1815. 


As consequências da Revolução Industrial foram a urbanização e crescimento das cidades, a divisão do trabalho, a criação das linhas de montagem, a produção em série, a concentração de renda nas mãos dos donos das indústrias, o desenvolvimento dos transportes e das comunicações com os novos inventos, o surgimento da classe dos proletários, a exploração do operário com jornadas diárias superiores a 14 horas, o nascimento de sindicatos e ideologias que defendiam o trabalhador, o êxodo rural, o crescimento desordenado das cidades, poluição do meio ambiente e a falta de lazer.

É no contexto da Revolução Industrial, da deterioração das condições de vida dos trabalhadores, do desemprego e da miséria, que a Europa vai se aproximando da Revolução Francesa de 1789.


Revolução Francesa 1789 – 1799



Introdução
A Revolução Francesa foi uma revolução burguesa, embora tivesse tido a participação de outras camadas sociais como camponeses e massas pobres urbanas, devido à liderança conduzida pela burguesia para realizar suas aspirações.

Aniquilando o absolutismo, a política mercantilista, os resquícios do feudalismo ainda existentes na França e o poder do clero e da nobreza, a revolução pôs fim ao Antigo Regime, sendo escolhida por estudiosos como fato determinante para o início da Idade Contemporânea. 

Influenciados por ideias iluministas, os revolucionários franceses tinham como lema a “liberdade, igualdade e fraternidade”. Sua influência motivou revoltas em toda a Europa e os movimentos de independência na América Latina.

As causas
A Revolução Francesa foi provocada basicamente por três fatores principais:

•Fatores Sociais: A população, estimada em 25 milhões de pessoas, era dividida em três estamentos. O primeiro estado (clero) composto por aproximadamente 150 mil pessoas, o segundo estado (nobreza) com mais ou menos 350 mil pessoas e o terceiro estado (povo dividido em camponeses, burguesia, profissionais liberais e sans-culottes) com mais de 24 milhões de pessoas. O clero e a nobreza tinham vários privilégios como não pagar impostos, receber pensões do estado e exercer cargos públicos;

•Fatores Econômicos: A França no final do século XVIII era uma nação essencialmente agrária, com uma produção agrícola estruturada no modelo feudal. A grande maioria da população francesa era constituída de camponeses. E uma parte desses camponeses ainda estava submetida a obrigações feudais;

•Fatores Políticos: O absolutismo do rei francês Luís XVI, a crise econômica que passava a França em 1789, a fome e miséria da população causada pela seca e péssimas colheitas e o sistema político injusto como o da Assembleia dos Estados Gerais, exigiam reformas urgentes.


Antecedentes
A seca de 1788 diminuiu a produção de ali­mentos. Os preços subiram e os camponeses passavam fome. Havia miséria nas cidades. A situação do tesouro piorou depois que a França apoiou a Independência dos Estados Unidos, aventura que lhe custou 2 bilhões de libras. O descontenta­mento era geral. Urgiam medidas para sanear o caos. 

Luís XVI encarregou o ministro Turgot de realizar reformas tributárias, mas os nobres reagiram e ele se demitiu. O rei então indicou Calonne, que convocou a Assembleia dos Notáveis, de nobres e clérigos (1787). O ministro propôs que esses dois estados abdicassem dos privilégios tributários e pagassem impostos, para tirar o Estado da falência. Os nobres não só recusaram como provocaram revoltas nas províncias onde eram mais fortes.

O novo ministro, Necker, convenceu o rei a convocar a Assembleia dos Estados Gerais, que não seja reunia desde 1614. As eleições dos candidatos para a Assembleia realizaram-se em abril dê 1789 e coincidiram com revoltas geradas pela péssima colheita desse ano.

Em maio de 1789, os Estados Gerais se reuni­ram no Palácio de Versalhes pela primeira vez. O terceiro estado foi informado de que os projetos seriam votados em separado, por estado. Isto daria vitória à nobreza e ao clero, sempre por 2 a 1. O terceiro estado rejeitou a condição e abandonou os Estados Gerais. Queria votação individual, pois contava com 578 deputados, contra 270 da nobreza e 291 do clero, ou seja, tinha maioria absoluta.


O Início
Fora dos Estados Gerais, eles se reuniram e formaram a Assembleia Nacional Constituinte. O rei Luís XVI tentou reagir, mas o povo permanecia unido, tomando conta das ruas. O slogan dos revolucionários era “Liberdade, Igualdade e Fraternidade”.

Em 14 de julho de 1789 os parisienses invadiram e tomaram a fortaleza da Bastilha (prisão) que representava o poder absoluto do rei, já que era lá que ficavam os inimigos políticos dele. Esse episódio ficou conhecido como “A queda da Bastilha”.

O rei já não tinha mais como controlar a fúria popular e tomou algumas precauções para acalmar o povo que invadia, matava e tomava os bens da nobreza. O regime feudal sobre os camponeses foi abolido e os privilégios tributários do clero e da nobreza acabaram.

No dia 26 de agosto de 1789 a Assembleia Nacional Constituinte proclamou a Declaração dos Direitos do Homem e do Cidadão, cujos principais pontos eram:
•O respeito pela dignidade das pessoas;
•Liberdade e igualdade dos cidadãos perante a lei;
•Direito à propriedade individual;
•Direito de resistência à opressão política;
•Liberdade de pensamento e opinião.

Em 1790, a Assembleia Constituinte reduziu o poder do clero confiscando diversas terras da Igreja e pôs o clero sob a autoridade do Estado. Essa medida foi feita através de um documento chamado “Constituição Civil do Clero”. Porém, o Papa não aceitou essa determinação.

Para os fiéis seguidores e apoiadores do rei, sobraram duas alternativas, sair da França ou lutar contra a revolução. Muitos concordaram com essa lei para poder permanecer no país, mas os insatisfeitos fugiram da França e no exterior decidiram se unir e formar um exército para reagir à revolução.

Em 1791, foi concluída a constituição feita pelos membros da Assembleia Constituinte, cujos principais artigos eram:
•Igualdade jurídica entre os indivíduos;
•Fim dos privilégios do clero e nobreza;
•Proibição de greves;
•Liberdade de crença;
•Separação do estado da Igreja;
•Nacionalização dos bens do clero;
•Divisão dos poderes em três, Legislativo, Executivo e Judiciário.

O rei Luís XVI não aceitou a perda do poder e passou a conspirar contra a revolução, para isso contatava nobres emigrados e monarcas da Áustria e Prússia (que também se sentiam ameaçados). O objetivo dos contrarrevolucionários era organizar um exército que invadisse a França e restabelecesse a monarquia absoluta.

Em 1791, Luís XVI quis se unir aos contrarrevolucionários e tentou fugir da França, mas foi reconhecido, capturado, preso e mantido sob vigilância.

Em 1792, o exército austro-prussiano invadiu a França, mas foi derrotado pelas tropas francesas na Batalha de Valmy. Essa vitória deu nova força aos revolucionários franceses e tal fato levou os líderes da burguesia decidir proclamar a República (22 de setembro de 1792).

Com a proclamação, a Assembleia Constituinte foi substituída pela Convenção Nacional que tinha como uma das missões elaborar uma nova constituição para a França.

Nessa época, as forças políticas que mais se destacavam eram as seguintes:
•Girondinos: alta burguesia;
•Jacobinos: burguesia (pequena e média) e o proletariado de Paris. Eram radicais e defendiam os interesses do povo. Liderados por Robespierre e Saint-Just, pregavam a condenação à morte do rei;
•Grupo da Planície: apoiavam sempre quem estava no poder.

Mesmo com o apoio dos girondinos, Luís XVI foi julgado e guilhotinado em janeiro de 1793. A morte do rei trouxe uma série de problemas como revoltas internas e uma reorganização das forças absolutistas estrangeiras.

Foram criados o Comitê de Salvação Pública e o Tribunal Revolucionário (responsável pela morte na guilhotina de muitas pessoas que eram consideradas traidoras da causa revolucionária).
Esse período ficou conhecido como “Terror”, ou “Grande Medo”, pois os não jacobinos tinham medo de perder suas cabeças na guilhotina.

Começa uma ditadura jacobina, liderada por Robespierre. Durante seu governo, ele procurava equilibrar-se entre várias tendências políticas, umas mais identificadas com a alta burguesia e outras mais próximas das aspirações das camadas populares.

Robespierre conseguiu algumas realizações significativas, principalmente no setor militar quando o exército francês conseguiu repelir o ataque de forças estrangeiras. Nessa época, Napoleão Bonaparte um capitão de artilharia na retomada de Toulon aos ingleses e foi promovido general-de-brigada, se tornando o mais jovem general do Exército francês.

Durante o governo dele vigorou a nova Constituição da República (1793) que assegurava ao povo:
•Direito ao voto;
•Direito de rebelião;
•Direito ao trabalho e a subsistência;

Continha uma declaração de que o objetivo do governo era o bem comum e a felicidade de todos.

Quando as tensões decorrentes da ameaça estrangeira diminuíram, os girondinos e o grupo da planície uniram-se contra Robespierre que sem o apoio popular foi preso e guilhotinado em 1794.

Após a sua morte, a Convenção Nacional foi controlada por políticos que representavam os interesses da alta burguesia. Com nova orientação política, essa convenção decidiu elaborar outra constituição para a França.

A nova constituição estabelecia a continuidade do regime republicano que seria controlado pelo Diretório (1795 – 1799). Neste período houve várias tentativas para controlar o descontentamento popular e afirmar o controle político da burguesia sobre o país.

Durante este período, a França voltou a receber ameaças das nações absolutistas vizinhas agravando a situação. Foi então que, Napoleão Bonaparte ganhou prestígio como militar e com o apoio da burguesia e do exército, no dia 10 de novembro de 1799 (18 brumário no calendário revolucionário), dissolveu o Diretório e estabeleceu um novo governo denominado Consulado. Com isso ele consolidava as conquistas da burguesia dando um fim para a revolução.

As fases da revolução foram:
•Assembleia Nacional Constituinte: 1789-1791;
•Monarquia Constitucional: 1791-1792;
•Proclamação da República e Convenção Nacional: 1792-1795;
•Governo do Diretório: 1795-1799.

Vários foram os símbolos da revolução como a bandeira de três cores (azul, branca e vermelha), o hino a Marselhesa, o barrete frígio (gorro vermelho), a guilhotina, o lema liberdade, igualdade e fraternidade.

Conclusão
A revolução Francesa espalhou os ideais iluministas ao mundo como a república, divisão em três poderes, eleições, luta por liberdade, sistema métrico universal, fim dos privilégios feudais, do absolutismo monárquico, dos poderes ilimitados da nobreza e da igreja e o início da idade Contemporânea.

Curiosidade:

Os revolucionários franceses criaram em 1792 um calendário novo caracterizando os nomes dos meses baseados nas condições climáticas e agrícolas das estações em cada mês na França. O ano começava no equinócio de outono. O primeiro mês chamava-se vindimário (em referência a Víndima ou colheita de uvas), seguiam-se o brumário (relativo à bruma ou nevoeiro), o frimário (mês das geadas ou frimas em francês), o nivoso (referente à neve), o pluvioso (chuvoso), o ventoso, o germinal (relativo à germinação das sementes), o floreal (mês das flores), o pradial (em referência a prados), o messidor (nome originário de messis, palavra latina que significa colheita), o termidor (referente ao calor) e o frutidor (relativo aos frutos); como cada mês tinha trinta dias sobrava cinco dias no final do ano (de 17 a 21 de setembro) eram os dias dos sans culottes, considerados feriados nacionais.